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Descrição

APRESENTAÇÃO DA EDIFICAÇÃO:

No meio do vuco-vuco existe um oásis chamado Mercado de São José.
O mercado mais tradicional do Recife ainda se consolida como importante vetor comercial do centro da cidade, com seu mercado de peixes e artesanato.
A edificação em ferro se destaca na paisagem formada, majoritariamente, por igrejas brancas e suas torres imponentes.
O comércio em São José é um atributo da paisagem desse local e, por isso, o Mercado de São José talvez seja o monumento de maior significância cultural nesse sítio histórico.

BREVE HISTÓRICO:

É indiscutível a importância dessa edificação para a composição da paisagem dessa zona de patrimônio e como marco identitário da cidade do Recife, principalmente pelo seu valor histórico e pelo valor arquitetônico da obra.
Prova é o fato desse monumento estar inscrito em dois livros de tombo. É o mercado público mais antigo do país e foi a primeira construção de ferro pré-fabricada em outro continente e trazida pro Brasil.
No bairro de São José, anteriormente conhecido como Sítio dos Coqueiros, existia a Vila dos Pescadores, onde eram comercializados frutos do mar e frutas.
Em 1817, o local era descrito como um mercado junto de uma igreja, onde são oferecidos montões de raízes de mandioca, bananas, ananases, cajus, mangas e laranjas.
O edifício do Mercado de São José foi construído em um terreno que pertencia aos Padres Capuchinhos da Igreja da Penha, no século XVII, com o objetivo de agregar e organizar o pulsante comércio da área.
No século XIX, o desembargador Francisco de Farias Lemos determinou a abertura de um mercado público na cidade no mesmo local onde encontravam-se os feirantes.
O engenheiro responsável pela construção foi o mesmo do Teatro de Santa Isabel, o senhor Louis Léger Vauthier. Baseado no projeto de A. Normand para o Mercado de Grenelle em Paris, o arquiteto Jean Louis Lieuthier adaptou a construção para o mercado a ser construído em Recife. Toda a estrutura de ferro que compõe o Mercado de São José foi trazida em embarcações no ano de 1873 e a obra foi inaugurada em 7 de setembro de 1875.
A primeira restauração do bem cultural foi em 1906 e em1941, foi executada sua primeira reforma. Nessa última, as venezianas de madeira e vidro originais foram substituídas por combogós de cimento.
Em 1989, um incêndio acidental queimou mais de 50% do local, mas o Mercado só registrou a reforma em 1993 e reinaugurado em 12 de março de 1994.
A arquitetura do Mercado de São José foi pensada dentro dos rigores da moda da época, quando estavam muito em voga grandes estruturas em ferro como um símbolo de modernidade e imponência.
A aparência da edificação é elegante com colunas de mais de 7 metros de altura que sustentam o telhado. Nas quinas e em alguns outros pontos, pra escoar a chuva, existem esculturas em forma de cabeça, de tigres ou gárgulas, também adornadas por figuras que lembram flores.
Nas fachadas da frente o dos fundos, grandes arcos preenchidos com folhas de ferro sob a cobertura, também ricamente decorada. As cores verde, azul-claro e outras caracterizam ainda mais o monumento.
A edificação ocupa uma área coberta de 3.541 metros quadrados e mede aproximadamente 49m de frente por 75m de fundos. O prédio é formado por dois pavilhões, com compartimentos de diversos produtos com 545 boxes no total.
O melhor do artesanato regional, comidas típicas, folhetos de cordel, ervas medicinais, artigos para cultos afro-brasileiros, sendo também um importante centro de abastecimento do bairro de São José e um ponto de atração turística na cidade do Recife.
É, também, ponto tradicional do comércio de pescado e já foi o maior centro no Recife de cantadores, emboladores e da literatura de cordel.
Antigamente, era possível presenciar, durante os passeios no mercado, apresentações de mágicos, acrobatas, ventríloquos, ao som de pandeiros, zabumbas, cavaquinhos e sanfonas. Semanalmente são vendidos, ali, cerca de 1,3 toneladas de peixe e 400 kg de crustáceos, segundo dados da Prefeitura do Recife 1.

PROTEÇÃO AO PATRIMÔNIO:

Essa edificação é tombado pelo IPHAN (Instituto Histórico e Artístico Nacional) em nível nacional (processo nº 883-T-73, insc. nº445, livro de História, folha 73, data 17/12/1973 e insc. nº 509, Livro de Belas Artes, folha 92, data 17/12/1973) e é tombada pelo Estado de Pernambuco (Livro Edifícios e Monumentos Isolados, folha 04 verso, nº56).
Também está localizado no sítio histórico municipal da ZEPH-10 (Zona Especial de Preservação Histórico-Cultural) em seu setor de preservação rigorosa (SPR) submetida as recomendações e diretrizes da Lei nº13957/79 e decreto nº 11.693/80, além do Plano Diretor do Recife, Lei nº17511/08.

DADOS GERAIS[1]:

ANO DE CONSTRUÇÃO:

Século XIX

AUTOR DO PROJETO:

Jean Louis Lieuthier / Louis Léger Vauthier

ÁREA CONSTRUÍDA:

3.541m

TIPO DE USO:

Institucional – Mercado Público de São José

LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA:

Praça Dom Vital, s/n, São José, CEP: 50020-280

LOCALIZAÇÃO CARTOGRÁFICA:

LONGITUDE : -34.878122

LATITUDE: -8.068291

Nº TOMBAMENTO IPHAN:

processo nº 883-T-73, insc. nº445, livro de História, folha 73, data 17/12/1973 e insc. nº 509, Livro de Belas Artes, folha 92, data 17/12/1973

Nº TOMBAMENTO FUNDARPE:

Livro Edifícios e Monumentos Isolados, folha 04 verso, nº56

PRESERVAÇÃO MUNICIPAL:

ZEPH-10 / SPR-4


[1] Dados aproximados, retirado no site da Prefeitura do Recife. Disponível em: http://www.recife.pe.gov.br/ESIG/ Acessado em: 07/08/2018 as 20h52min.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

GASPAR, Lúcia. Mercado de São José. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar. Acesso em: dia  mês ano. Ex: 6 ago. 2009.

IPHAN. Processo de tombamento. 1973. Acessado na biblioteca da instituição.

RECIFE, Prefeitura do. Licenciamento Urbano. Zoneamento Urbano. Prefeitura do Recife. Disponível em http://www.recife.pe.gov.br/ESIG/ Acesso em 01 de agosto de 2018.

SILVA, Leonardo Dantas, 1945, Pernambuco Preservado: histórias dos bens tombados no Estado de Pernambuco / Leonardo Dantas Silva – 2ª Edição – Recife: L. Dantas Silva – Recife, 2008

OBS: Todos os textos foram analisados e revisados pela equipe técnica da Gerência Geral de Preservação do Patrimônio Cultural - GGPPC /FUNDARPE (Ofício nº37/2020 em resposta ao ofício nº 06/2020 da produtora)