Patrimônio histórico e cultural do Recife

Descrição

APRESENTAÇÃO DA EDIFICAÇÃO:

O pátio mais preservado e conservado do Recife se conforma a partir de uma das mais belas igrejas brasileiras – A Igreja de São Pedro. O conjunto formado pela imponente igreja e seu casario típico do século XVIII nos fornecem a leitura de um modo de vida de outrora. Recentemente, a Igreja foi restaurada e os cultos voltaram a ser realizados no local permitindo que a população possa adentrar na igreja barroca. No casario do pátio. Alguns equipamentos públicos e espaços de atração de pessoas funcionam, como o restaurante São Pedro, o Memorial Luiz Gonzaga, o Museu Chico Science, a Diretoria de Preservação do Patrimônio Cultural do município (DPPC), a casa do carnaval e outros.

BREVE HISTÓRICO:

A planta da construção desse edifício religioso foi idealizada por Manuel Ferreira Jácome, um mestre pedreiro e arquiteto. Os pináculos (pontos mais altos) das duas torres, e a cúpula pequena sobre um tambor octogonal, são desenhos emprestados das torres de Braga, cidade ao norte de Portugal. As portas do templo são pesadas, feitas em madeira jacarandá-mármore, com almofadas trabalhadas. A capela-mor da catedral contém um teto em madeira, ricamente esculpido, onde é possível apreciar, sob a forma de medalhões, as armas de São Pedro, as imagens dos 12 apóstolos e dos 4 evangelistas, três balcões ou tribunas (de cada lado), e 36 cadeiras esculpidas em jacarandá. A frente do templo tem um gradil de ferro que separa o átrio do pátio, e a porta principal encontra-se ladeada por colunas duplas. Nas laterais do prédio, colunas gêmeas, coríntias, e sereias exóticas, podem ser apreciadas. Há, também, cataventos de anjinhos sobre as torres e, atrás da Igreja, um pequeno cemitério. O altar-mor é entalhado em madeira-mármore, com retábulos 1 destacando-se as imagens de São Paulo e Santo Antônio de Pádua, que ladeiam a figura de São Pedro. Esta imagem, trazida de Lisboa em 1746, apresenta São Pedro com vestes pontificais e com uma tiara na cabeça. Todos os santos presentes na igreja são datados dos séculos XVIII e XIX. Internamente, o teto e algumas laterais evidenciam belas pinturas feitas pelo pernambucano João de Deus Sepúlveda. A pintura do forro do coro, por outro lado, foi elaborada por seu ajudante, Manuel de Jesus Pinto, entre 1806 e 1807. Manuel é o autor da tela O Primado de São Pedro, que apresenta, em cores claras e brilhantes, o Mestre entregando as chaves da igreja a Pedro. A sacristia apresenta uma pintura no teto (os 12 apóstolos sob a pomba do Espírito Santo), um altar com a imagem de Nossa Senhora da Soledade, e seis retábulos onde foram pintados, em corpo inteiro, diversos representantes da igreja. Existe nesse espaço, ainda, um lavabo de pedra portuguesa, uma cômoda dourada, dois repositórios e, no piso, encontram-se gravados dois epitáfios, com dizeres. A primeira imagem do templo é a de São Pedro, encontrando-se no pavimento superior. Ela é toda em madeira, com a cruz papal na mão direita e teve a mão esquerda danificada. Essa imagem é bastante preciosa, uma vez que data da inauguração da igreja. Embora se encontre, hoje, em meio a um sítio histórico bastante degradado, a Igreja de São Pedro dos Clérigos continua sendo imponente e a paisagem desse lugar é garantida pela conformidade da igreja com o pátio a frente, delimitado por casas e sobrados coloniais que resguardam essa tipologia. Por esse motivo, o conjunto arquitetônico conformado pelo pátio de São Pedro foi tombado juntamente com a igreja. 1 painéis ou quadros decorativos

PROTEÇÃO AO PATRIMÔNIO:

A Igreja e o pátio são tombados pelo IPHAN (Instituto Histórico e Artístico Nacional) em nível nacional (processo nº 123-T, insc. nº187, livro de Belas Artes, folha 33, data 20/07/1938), e pela FUNDARPE (Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco) em nível estadual (Livro Edifícios e Monumentos Isolados, folha 04, nº 46 e Livro Conjuntos Urbanos e sítios,folha 01, nº 01). A igreja de São Pedro dos Clérigos e seu pátio estão localizados no Pátio de São Pedro, no bairro de Santo Antônio e inserido no sítio histórico municipal da ZEPH-10 (Zona Especial de Preservação Histórico-Cultural) em seu setor de preservação rigorosa (SIC) submetida as recomendações e diretrizes da Lei nº13957/79, decreto municipal nº11.693/80, além do Plano Diretor do Recife, Lei nº17511/08.

DADOS GERAIS^[1]:

^[1] Dados aproximados, retirado no site da Prefeitura do Recife. Disponível em: http://www.recife.pe.gov.br/ESIG/ Acessado em: 07/08/2018 as 20h52min.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

CARRAZZONI, Maria Elisa. GUIA DOS BENS TOMBADOS. Rio de Janeiro. 1980.

IPHAN. Processo de tombamento. 1938. Acessado na biblioteca da instituição.

RECIFE, Prefeitura do. Licenciamento Urbano. Zoneamento Urbano. Prefeitura do Recife. Disponível em http://www.recife.pe.gov.br/ESIG/ Acesso em 01 de agosto de 2018.

SILVA, Leonardo Dantas, 1945. PERNAMBUCO PRESERVADO: histórico dos bens tombados no estado de Pernambuco. 2ª edição. Recife

VAINSENCHER, Semira Adler. Igreja de São Pedro dos Clérigos, Recife, PE. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/>. Acesso em 20/08/2018.