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- Igreja e Convento de Nossa Senhora do Carmo
Descrição
APRESENTAÇÃO DA EDIFICAÇÃO:
O conjunto formado pela Igreja e Convento do Carmo no coração do Recife marca a paisagem tradicional do Recife, com suas igrejas monumentais brancas e seus pátios seguindo o tradicional traçado português. Contudo, esse conjunto também marca uma das mais drásticas mudanças dessa paisagem – a Avenida Dantas Barreto, via que cortou de forma simbólica e drástica a composição harmônica do sítio histórico dividindo esse território em duas partes, quase sem comunicação. Após essa alteração, com o plano de gabaritos proposto para o centro do Recife, em 1965 o conformação do pátio da igreja e convento foi transformada pela ocupação de edifícios verticais modernos que se sobresairam a paisagem colonial que ali residia.
BREVE HISTÓRICO:
Em meados do século XVII iniciou-se a construção do local para receber os carmelitas em Recife, de forma a atender as questões de insalubridade encontradas na Casa da Boa Vista, reduto anterior da ordem. A família Vidal de Negreiros decidiu construir a capela-mor da nova igreja, em homenagem a Nossa Senhora do Monte Carmelo, em troca pelo direito ao sepultamento da família naquela localidade. Para esses serviços foi contratado o capitão Antônio Fernandes de Metos, grande construtor de importantes edificações do Recife que faleceu durante a obra, em 1701, e as obras só se concluíram em 1767. Com o desaparecimento do primeiro convento, se consolidaram no local as ruas do Cano ou Paz, Palma e Concórdia e a área foi denominada de Carmo Velho. O interior do Convento é rico e repleto de detalhes e ornatos em talha, muitos em jacarandá, com balaustrada torneada e pintadas em branco e ouro. A imagem em tamanho real da Virgem do Carmo, segundo a tradição citada por Dantas (2008) teria vindo de Portugal, antes da invasão holandesa (1630). As demais imagens chamam a atenção pela anatomia e riqueza de detalhamento. O painel do teto é de autoria presumível (Dantas, 2008) de João de Deus Sepulveda e foi restaurada em 1973 por José Ferrão Castelo Branco. Algumas peças produzidas pela Ourivesaria Barreto da Rua da Concórdia em prata dourada e ouro fino, algumas com pedraria incrustada, merecem destaque, assim como o Relicário do Sagrado Coração, a Grande Custódia e as jóias da Virgem. A moldura da cantaria da entrada, a pia de água benta em mármore entremoz e o acervo de azulejos portugueses incrementam os atributos materiais do bem. Quando em 1908 o povo do Recife solicita que Nossa Senhora do Carmo seja co-padroeira do Recife, o vaticano acata e a Basílica passa a utilizar insígnias e armas do papa. Ainda, alguns elementos históricos devem ser ressaltados, como o mártir Frei Caneca está sepultado no local em localização não determinada; foi o 1º Hospital Militar (1817) com a primeira aula de anatomia; Liceu Provincial, atual Ginásio Pernambucano (1825); a Sociedade de Medicina de Pernambuco (1841); Biblioteca Provincial (1852); e o Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano (1862).
PROTEÇÃO AO PATRIMÔNIO:
A Igreja possui diversos níveis de proteção. É tombada pelo IPHAN (Instituto Histórico e Artístico Nacional) em nível nacional (processo nº 148-T-38, insc. nº107, livro de História, folha 19, data 05/10/1938 e processo nº 148-T-38, insc. nº218, livro de Belas Artes, folha 38, data 05/10/1938), e pela FUNDARPE (Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco) em nível estadual (Livro Edifícios e Monumentos Isolados, folha 03, nº35). Ela também está localizada no sítio histórico municipal da ZEPH-10 (Zona Especial de Preservação Histórico-Cultural dos bairros de Santo Antônio e São José) em seu setor de preservação rigorosa (SPR) submetida as recomendações e diretrizes da Lei nº13957/79, decreto municipal nº11.693/80, além do Plano Diretor do Recife, Lei nº17511/08.
DADOS GERAIS[1]:
ANO DE CONSTRUÇÃO: |
Século XVII - XVIII |
AUTOR DO PROJETO: |
Vários |
ÁREA CONSTRUÍDA: |
11.465,13m2 |
TIPO DE USO: |
Religioso |
LOCALIZAÇÃO
GEOGRÁFICA: |
Rua João Souto Maior,
s/n, Santo Antônio, Recife |
LOCALIZAÇÃO
CARTOGRÁFICA: |
LONGITUDE : -34.879783 |
LATITUDE: -8.065935 |
|
Nº TOMBAMENTO IPHAN: |
processo nº 148-T-38,
insc. nº107, livro de História, folha 19, data 05/10/1938 e processo nº
148-T-38, insc. nº218, livro de Belas Artes, folha 38, data 05/10/1938 |
Nº TOMBAMENTO
FUNDARPE: |
Livro Edifícios e
Monumentos Isolados, folha 03, nº35 |
PRESERVAÇÃO MUNICIPAL: |
ZEPH-10 / SPR |
[1] Dados aproximados, retirado no site da Prefeitura do Recife. Disponível em: http://www.recife.pe.gov.br/ESIG/ Acessado em: 07/08/2018 as 20h52min.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
IPHAN. Processo de tombamento.
1980. Acessado na biblioteca da instituição.
RECIFE, Prefeitura do.
Licenciamento Urbano. Zoneamento Urbano. Prefeitura do Recife. Disponível em http://www.recife.pe.gov.br/ESIG/
Acesso em 01 de agosto de 2018.
SILVA, Leonardo Dantas, 1945.
PERNAMBUCO PRESERVADO: histórico dos bens tombados no estado de Pernambuco. 2ª
edição. Recife